quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Este artigo foi publicado no Jornal O Progresso de Montenegro em 07/08/2009:

Durante o primeiro semestre de 2009 ouvimos falar muito em crise, recessão e desemprego.
Acompanhando o mercado de trabalho de Tecnologia da Informação (TI) pude constatar que as empresas estavam receosas em novas contratações, mas que mesmo assim continuavam crescendo timidamente.

Agora no segundo semestre, mais especificamente nesta primeira semana de Agosto, notei uma explosão de oportunidades na área de TI. Os classificados dos grandes jornais da região estão recheados de anúncios para vagas de Analistas de Sistemas, Programadores, Atendentes de Suporte, Administradores de Redes, Vendedores de sistemas e equipamentos e Gerentes. Nos grandes portais de TI, como o ComputerWorld e Baguete, há dezenas de anúncios de vagas para estas mesmas funções.

Refletindo sobre os motivos disso, pude formular as seguintes hipóteses:
1) Com a crise, as empresas precisam cortar custos. Uma maneira de fazer isso é substituindo pessoas por máquinas e sistemas informatizados, o que explica essa demanda de profissionais de TI.
2) Independente da crise, a tecnologia está ficando mais barata e surgem diariamente novos sistemas para atender os mais variados setores, englobando empresas nanicas e as mega corporações. O entendimento sobre as vantagens da informatização é cada vez maior e o fator crise fez apenas com que se postergassem por 6 meses as contratações.

O interessante é que nos mesmos veículos de comunicação que anunciam vagas na área podemos também ler que há cada vez menos alunos ingressando nas universidades nos cursos relacionados. Isso gerou o déficit de 150 mil vagas no setor no Brasil até o momento, ou seja: 150 mil vagas não possuem profissionais qualificados para preenchê-las, e esse número pode chegar a 470 mil em 2011, daqui a dois anos.

O que afasta as pessoas de ingressar na área pode incluir a imagem do estereótipo do nerd, a impressão que o trabalho é enfadonho, que o mercado está saturado, que já existe sistema pra tudo, entre outros motivos. Eu particularmente acho que é preguiça de estudar e pensar.

Informática é tão difícil quando estudar qualquer engenharia. Medicina é "mais difícil"? A responsabilidade é "muito maior", porque lida com vidas humanas? Talvez se pensarmos como TI em apenas assistência técnica (consertar computadores), a resposta seja sim. Mas você já parou pra pensar o quanto sua vida depende hoje da informática? Já pensou o que erros de cálculo ou lógica em sistemas financeiros, de controle militar, do seu automóvel, do avião que você pega, dos aparelhos que os cirurgiões utilizam podem causar?

Escrevo isso tudo para induzir o leitor, e principalmente os adolescentes que estão escolhendo a futura profissão, a refletir sobre o número de candidatos por vaga nos vestibulares para os cursos de medicina, odonto, direito e outros top of mind em relação ao número de candidatos para os cursos de TI. Se não tiver preguiça de pensar, é uma boa alternativa.

“As oportunidades comumente se disfarçam como trabalho duro: por isso a maioria das pessoas não as reconhece” – Ann Landers

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