quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Este artigo foi publicado no Jornal O Progresso de Montenegro em 28/08/2009:

A proposta de lei 607/07, de autoria do senador Expedito Júnior, que regulamenta o exercício da profissão de Analista de Sistemas foi aprovada na comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal esta semana. O projeto ainda precisa ser aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais e depois pela Câmara, mas há muitos anos tem sido discutida e causa muita polêmica.

Se o projeto for aprovado, apenas poderá exercer o cargo de Analista de Sistemas quem possuir diploma de nível superior em Análise de Sistemas, Ciência da Computação ou Processamento de Dados, ou aqueles que na data de entrada em vigor da lei tenham exercido comprovadamente por no mínimo 5 anos a função de analista.

A lei também se refere à profissão de técnico de informática, atestando que só poderão exercê-la os portadores de diploma de ensino médio ou equivalente, de curso Técnico de Informática ou de Programação de Computadores, ou os que, na vigoração da lei, comprovem o exercício da função por pelo menos 4 anos.

Prós:
Os defensores do projeto alegam que:
- O mercado ganhará profissionais mais qualificados e produtos melhores
- Auxiliará na profissionalização do setor
- Fará com que a competição do mercado seja mais justa e equilibrada, gerando oportunidades melhores
- Trará aos clientes mais segurança e sistemas mais eficazes

Contras:
- A TI brasileira já enfrenta dificuldade em relação à mão de obra, com carência especialmente nas áreas de análise e programação. Se esta regulamentação for aprovada, o quadro irá se agravar ainda mais
- Muitos profissionais iniciantes pagam o seu curso de graduação com o seu próprio salário atuando na área, com os conhecimentos adquiridos em livros e pela Internet, o que será impossibilitado
- A redução da carga horária para atividades com esforços repetitivos para 20 horas semanais aniquilará a produtividade e a competitividade
- O projeto está totalmente defasado. Foram criadas novas atividades e formações para o setor que não estão contempladas na lei. (Para ter uma idéia, a formação em Processamento de Dados citada na proposta foi extinta há mais de 10 anos)
- Não há compatibilidade do texto do projeto com a realidade do mercado
- O projeto está sendo conduzido e votado por pessoas que não possuem o mínimo conhecimento sobre o assunto

Há quem defenda e compare com outras profissões como Medicina, Engenharia Civil e Advocacia, onde apenas profissionais formados podem atuar em suas áreas, e são vinculados a CREMERS, CREA e OAB, por exemplo. Também há quem diga que diploma não comprova a competência do profissional. Na área da informática, por exemplo, os personagens que revolucionaram o mundo atual, como Bill Gates, Steve Jobs, Linus Torwalds, não eram formados quando criaram suas empresas e produtos. Também podemos ver prédios caindo, médicos estuprando e matando e advogados lavando dinheiro. Ou seja, o canudo não é atestado de nada.

Claro, como já comentei aqui em outras oportunidades, estamos cada vez mais dependentes de sistemas informatizados, e eles devem ser feitos por profissionais competentes. Se todas as universidades fossem gratuitas, a discussão seria diferente, mas como sempre, a população tem o ônus e o governo o bônus.


Para este artigo, utilizei como fonte de inspiração e de dados a matéria “Analista, só com diploma. Bom ou mau?” do site Baguete


Frase da semana: “A imaginação é mais importante que o conhecimento” – Albert Einstein

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